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Atendo muitas mulheres, e uma das questões que mais aparecem ao longo do processo psicoterapêutico é a dificuldade em impor limites, em dizer não, em expressar opiniões e desejos.

O que justifica alguém não falar o que pensa, sente ou sua opinião pessoal? Existem alguns motivos: medo de afastar as pessoas, descrença de que tem algo importante a dizer, e não querer gerar conflitos são alguns destes.

Além disso, nós mulheres fomos ao longo dos anos ensinadas a sermos passivas, a servir aos outros (homens e família), a sermos “boazinhas”, a falar baixo, e somente ouvir e não contestar. Quem aí já viveu esse filme na infância?

Dessa forma, aprendemos que nossa voz não tem valor, que devemos ficar quietas, e não nos expressar, daí tanta dificuldade em dizer não, para as situações mais simples, como recusar o produto em uma loja, as mais desafiadoras, como negar seu tempo precioso a alguém querido.

O primeiro ponto a pensar é para que você tem dito sim a quase tudo, mesmo quando isso te desagrada profundamente?

Que senso de justiça é esse em que você aceita desagradar a si mesma quase sempre com medo de desagradar aos outros?

Para onde vai o desconforto gerado nas situações em que você diz sim, querendo e desejando dizer não?

Por experiência, esses desconfortos vão para somatizações (dores diversas pelo corpo, alergias, dentre outros), momentos abruptos de rispidez e grosseria de forma descabida, explosões de raiva, comer em excesso e muitos outros. Se identificou em algum destes?

Comece a perceber o que você realmente gostaria de fazer quando diz sim a tudo, imagine o que poderia acontecer se você dissesse não, como você se sentiria, como fica seu corpo ao pensar sobre isso: tenso ou relaxado?

O processo psicoterapêutico é um recurso fundamental para te ajudar a desenvolver ferramentas pessoais para começar aos poucos e no seu ritmo a dizer não quando sente que é necessário e a compreender o que te leva a agir dessa forma.


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