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Nós enquanto adultos esquecemos da nossa infância e dizemos: “Naquela época é que era bom!”, mas como psicoterapeuta o que escuto é bem diferente. Sim, há infâncias felizes, mas não são todas e não são sempre. E em relação à aparência do corpo das crianças, essa muitas vezes não é uma parte feliz da infância.

Trabalhando com grupos de crianças com sobrepeso e obesidade, ouvia muitos pais e responsáveis acreditando que recriminar a quantidade de comida das crianças ou mesmo dizer que estava gordo(a), que não encontraria parceiros. Isso é reforçar a crença de que o valor deles está no peso e não em quem de fato eles são. Por outro lado, ouvi crianças relatando a vergonha de ir para festa da piscina com os colegas da escola porque não queria ter que ficar de roupa de banho, por vergonha do próprio corpo, crianças de 7 a 12 anos, preocupadas com a estética corporal, evitando aquilo que permite um melhor desenvolvimento para a vida delas, brincar! E como isso me doía e ainda dói sempre que escuto relatos dessa natureza.

Se você não tem uma boa relação com seu corpo e sua alimentação, possivelmente sua criança aprenderá isso. Evite comentar sobre o corpo de qualquer pessoa, crianças estão em desenvolvimento e o corpo delas em transformação. Não dissemine uma cultura de estigma do peso, sua criança agradece!

Que possamos buscar uma relação mais amorosa com nossos corpos e contribuir para uma sociedade que valorize o ser de cada pessoa. Se gostou desse artigo, encaminhe aos seus amigos também.